O Bittersweet é o nosso canto. Duas amigas, uma bitter, outra sweet e ambas com a amizade como única saída para ver e mostrar o mundo de outra forma. Mundinho feminino, mundinho insano, um mundinho nosso...

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Ah, que ironia!

*Por Nina, em um devaneio não tão devaneio assim...

É ironia que quando eu não me importava, você queria.
É ironia que quando eu te cortava, você vinha e se unia.
É ironia que quando eu te testava na cara, você provava sem agonia.
É ironia que quando eu não te procurava, você sempre aparecia.
É ironia que quando eu te ignorava, você insuportavelmente me perseguia. 

Agora...


É ironia que eu tenha baixado a guarda, você subido a sua.

É ironia que eu tenha mostrado uma face limpa, você uma oculta.
É ironia que eu tenha rompido barreiras, você construído muros.
É ironia que eu tenha me esforçado tanto, enquanto você continua mudo.
É ironia que quando eu decido algo, você venha e derrube tudo. 

E depois...


Será engraçado quando eu canse, e você tenha energia.

Será engraçado quando você queira, e eu esteja de partida.
Será engraçado quando você estiver em lástima, e eu em alegria.
Será engraçado quando você me quiser na sua, e eu não mais você na minha.
Será engraçado quando você quiser, e eu estiver de partida.

Nesse momento eu te olharei e direi "beijos, esqueci de dizer que não suportava ironias!"



Não vale chorar pelo vinho derramado.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Os porquês!

*Por Mimi, em uma noite fria na cidade de Córdoba, AR.

 São tantas as perguntas sobre o “porque” de tudo. 

“Porque você está fazendo isso se ele não merece tanto?”
“Porque se esforça tanto por ele?”
“Porque tanta dedicação em lhe dar esses momentos que deveriam ser exclusivamente seus?”
“Você está louca. Não existe razão pra tudo isso. Por quê?”

Na verdade existe sim. É o amor. Estou apaixonada. Tudo bem pra você?

Se procurar o significado de se importar com alguém além da racionalidade e querer que ele tenha tudo, não importa o quanto isso te destrua; é o amor!
E quando você ama alguém, você só... Você nunca para.

Mesmo que as pessoas te chamem de louca, mesmo assim. Especialmente assim. Você não desiste. 
Porque se você desistir... Se eu seguisse o conselho de todo o mundo e encontrasse outra pessoa, isso não seria amor. Isso seria... Isso seria outra coisa dispensável pela qual não vale à pena lutar.

Mas não é isso. É amor! Simples assim, sem perguntar ele chegou e se instalou em meu coração.
Por isso não tenho as respostas dessas perguntas. Porque em momentos assim, quando o que está acontecendo é demais para se lidar, pode ser melhor não dizer nada.

Ninguém sabe a dor com a qual tive que lidar, com a solidão de estar acompanhada.  De ver a minha vida escorrendo pelos meus dedos por razões que até hoje não compreendo. Minha alma foi dividida em duas, meu coração em milhares de pedaços.  Ainda assim, não desisti de amar.  Tem uma canção que diz assim: Ninguém sabe a mágoa que trago no peito, quem me vê sorrir desse jeito, nem sequer sabe da minha solidão.”

Por isso, digo: deixe acontecer. Apenas fique feliz por mim.

E então, você se dá conta de algo muito valioso e importante: o que quer que você faça na vida, não é lendário a não ser que seus amigos vejam.

Então, sentarei e esperarei por esse dia... O dia em que eles possam enxergar meu coração e ver o que levo dentro de mim.


E de repente, será um novo dia. 

Um olhar cheio de amor.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Entre cortinas...

*Por Nina, em uma manhã na cidade de Cabo Frio, RJ.



E foram os primeiros raios de Sol da manhã os responsáveis pelos olhos entreabertos meio a contragosto, meio inchados numa cidade praiana de um país que costumava conhecer. O frio do vento gelado que cortava a pele na noite anterior já nao fazia mais parte daquela rotina e agora dava espaço à invasão dourada que brincava com todos os tons do quarto, a cada choque de luz que entrava pela janela de cortinas rendadas.


Estirar o corpo entre os lençóis com cheiro de maresia e pressionar o travesseiro com o rosto na tentativa de pedir um convite mais àquela cama enorme, ocupada por um corpo tão pequeno, acostumado a encaixar-se tão bem entre os carinhos que agora faziam falta. Na tentativa de olhar para a luz do sol, os olhos castanhos sensíveis encontraram aquele lado... Lado vazio que vez ou outra tinha dono, um abraço caloroso e infinitas carícias já tão bem catalogadas e conhecidas.

A dança das cortinas fazia com que cada raio de sol tocasse em ritmo de Adagio a pele que já se havia livrado de lençóis e insistia em receber o abraço morno daquele dia de final de inverno, quase primavera. Porque não passar os dedos entre os fios também dourados do cabelo para relembrar de como ele fazia com ela? Eram tantos carinhos divididos em tantas categorias... Tantas pontas de dedos delineando sorrisos tímidos. 

O segundo contato visual com o lado vazio da cama trouxe lembranças... Dos momentos de carinho e de muitas pequenas grandes coisas que foram ditas entre noites e tardes de muitos "despertares" entre um sorriso e outro de boa noite. Ou de bom dia. Do desvio friamente calculado para alongar o corpo sem incomodar um ao outro, ou... Da laçada pelo braço definido dele que a convidava para um abraço impossível de escapar. Nesse momento se ocupava um espaço tão pequeno naquela cama tão grande...

Era possível sentir o perfume no fechar dos olhos, escutar o timbre de voz sempre suave que tecia, sempre entre mimos, um elogio ou uma afirmação cor lilás que a enchia de felicidade sempre que recordava. Desejou que ele estivesse alí, desejou aquele "bom dia, hermosa!" de sempre... Pensou como seria cruzar a linha do sono e do despertar com um beijo ao pé do ouvido, também de sempre. Imaginou que o Sol brilharia muito mais intensamente se tivesse despertado na presença dos dois e não somente da dela...

Percebeu que era saudade. 

Uma saudade Cordobesa. Belgranense. Uma saudade loira.